terça-feira, 25 de agosto de 2009

As Quatro Estações


Ainda era primavera quando eu a esperava.
Como de costume,
Os botões agora eram flores
E de suas pétalas exalava o perfume,
E de seu néctar fazia-se o mel.
Parecia tudo perfeito.
Mas o tempo foi passando e ela não veio.
E as flores murcharam e caíram.

E chegou o verão, e com ele veio o sol.
Este brilhava e iluminava,
Mas eu ainda não conseguia vê-la.
E com tanto sol, vieram as miragens,
Mas ela não estava em nenhuma delas,
Teimava em se esconder.
E assim, o sol, cansado de tanto brilhar,
Foi perdendo sua força.

E as folhas, também enfraquecidas,
Não resistiram a tanta espera,
E se desprenderam de seus ramos,
Abandonaram seus galhos, sucumbiram ao chão.
E veio o outono.
E na mesma razão em que as árvores perdiam suas folhas,
Uma parte de mim, talvez a melhor delas,
Também se perdia nesta eterna solidão.

E o tempo novamente passou,
E mais uma vez ela não veio,
Mas sim, o frio e as chuvas, e, enfim, o inverno.
Este, a cada dia que se passava sem que ela chegasse,
Ia ficando cada vez mais rigoroso e arrasador,
Destruindo sem piedade
A outra parte daquela parte
Que se perdera no outono.

Mas, foi justamente
Quando tudo parecia perdido,
Quando quase não havia mais esperança,
Pois quase não mais havia vida,
Que ela chegou,
Trazendo na mão um cobertor.
Me agasalhou,
Me amou...

* Hoje durmo ao seu lado. E nunca mais senti frio.

Um comentário:

  1. Meu amor, minha incessante procura terminou na primeira vez que te vi. Viver ao seu lado é tudo pra mim.

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