sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Bom dia meu amor


Bom dia meu amor
Bom dia!
Te dou bom dia ao que for

Bom dia!
No aroma do beijo
No teu cheiro no lençol
No travesseiro
Onde lastrando, o sol
deseja
O que não é dele.

Vê!
Então acorda!

Solidão


O dia nasceu tonto e órfão,
Parido da lama,
Do acaso,
Corpo sem grão
No começo, e impossível na trama
Do enredo raso
Da singela emoção.
E sozinho, desgovernado inútil,
Por dever-se fundo e mostrar-se fútil.
Morre, sem nada,
Solidão.

Bastasse no Amor



Bastasse no amor, e somente
Quisesse a fruta do chão
Sonhar na mordida da boca
Delícia de corte do dente
No gosto mel da razão,
Ficasse a pergunta latente
Morresse a esperança pouca.

Bastasse de mim, sem chegada
Saída mais breve, e nada
Dissesse mais sim ou mais não.

Se poucos amores me foram
Se menos a mim, me vieram
Se nada de mim o fizeram
Se menos que nada me deram

Souberam de mim? Sabem não!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Éramos seis




Seis galáxias espirais foram observadas por telescópio do observatório ESO (Observatório Europeu do Sul, na sigla em inglês) em Paranal, no Chile. As imagens foram obtidas sob luz infravermelha com a câmera HAWK-I.

As imagens, segundos os astrônomos do ESO, ajudarão na compreensão de como se formam e evoluem as galáxias expirais. O estudo, liderado por Preben Grosbol, do ESO, tem como objetivo analisar as maneiras complexas e sutis pelas quais as estrelas nestes sistemas formam estruturas espirais perfeitas.

A primeira galáxia da imagem é a NGC 5247, que se situa entre 60 e 70 milhões de anos-luz da Terra. Ela se encontra de frente para a Terra, o que colabora na visualização de sua forma espiral. A segunda imagem mostra Messier 100, descoberta no século XVIII. Está localizada a cerca de 55 milhões de anos-luz da Terra.

A terceira galáxia é NGC 1300, considerada um protótipo das galáxias espirais, que fica a cerca de 65 milhões de anos-luz da Terra. NGC 4030 é a quarta galáxia, localizada a 75 milhões de anos-luz.

NGC 2997 é a penúltima galáxia da imagem, situada a cerca de 30 milhões de anos-luz. É a mais brilhante galáxia entre as divulgadas. Finaliza a imagem a galáxia NGC 1232, a cerca de 65 milhões de anos-luz da Terra, que está entre as primeiras imagens obtidas na história do ESO.

Gota D'água



Eu, quando choro,
não choro eu.

Chora aquilo que nos homens
em todo o tempo sofreu.

As lágrimas são as minhas
mas o choro não é meu.

Antônio Gedeão

Do que me rio eu?


De que me rio eu?... Eu rio horas e horas
só para me esquecer, para me não sentir.
Eu rio a olhar o mar, as noites e as auroras;
passo a vida febril inquietantemente a rir.

Eu rio porque tenho medo, um terror vago
de me sentir a sós e de me interrogar;
rio pra não ouvir a voz do mar pressago
nem a das coisas mudas a chorar.

Rio pra não ouvir a voz que grita dentro de mim
o mistério de tudo o que me cerca
e a dor de não saber porque vivo assim.

Antônio Patrício

Poema



É o poema de quem rasga os versos
porque os sentiu demais para os dizer
e os ouve nas ondas tão dispersos
como os sonhos que teve e viu morrer


Antônio Patrício

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Coluna Jornal de Jequié: Recordar é Viver...


A primeira vez que vim a Jequié foi no São João de 2002. Naquele ano, vindo de Fortaleza, tinha acabado de chegar a Salvador para cursar a Residência Médica de Otorrinolaringologia. Lá conheci minha esposa, Tâmara, também médica e na época também residente de Otorrinolaringologia. O convite partiu exatamente dos meus sogros Carlos e Virgínia. Acho que os “Ferraro Almeida” escolheram muito bem minha data de estréia na Cidade Sol. Se o objetivo era me “seduzir” não sei, mas conseguiram.

Jequié sem dúvida é uma cidade linda. Cercada de montanhas, de mata, de verde, de natureza, Jequié transmite paz. Em poucos dias, num “city tour” intensivo, fui apresentado ao Jequiezinho, ao Centro Industrial, ao Clube dos Maçons, ao Tênis Clube, a Igreja Matriz, aos vários Hospitais, ao Rio de Contas, a Barragem de Pedras, a fazendas, e, enfim, ao São João de Jequié. Uma festa magnífica, uma alegria contagiante, seja nas casas dos amigos, seja nas ruas e praças, seja nos shows ao ar livre, seja nos forrós privados.

Mesmo tendo sempre morado num centro urbano como Fortaleza, passei grande parte de minha infância e adolescência indo muitos finais de semana e feriados para a fazenda do meu pai, em Capistrano, interior do Ceará. As lembranças do São João, das fogueiras, dos fogos, das bombas “rasga-latas”, do milho cozido e assado, da canjica, da pamonha, trouxeram minha infância de volta, me rejuvenesceram. E não há nada melhor que a juventude. A partir daí, Jequié entrou na minha vida e nunca mais saiu. Entre idas e vindas nas várias visitas que se seguiram, pensei ter conhecido todas as belezas de Jequié, mas estava enganado.

Em 2005, já casados, e após termos concluído nossa residência médica, aceitamos o convite de estabelecer nossa morada e montar nossa clínica na Cidade Sol. Foi aí que conheci a verdadeira e a maior beleza de Jequié: seu povo. Um povo hospitaleiro, simpático, alegre, amigo. Rapidamente o forasteiro estava freqüentando casas de amigos, batendo papo com os vários cearenses que aqui vieram parar, jogando tênis, batendo “baba”, sendo cumprimentado na rua. Estes sentimentos foram compartilhados e confirmados por todos que vieram me visitar e visitar Jequié: meus pais, Valnir e Socorro, minha tia Sidênia, alguns amigos como o Bispo Dom Gregório, que unanimemente apontaram a receptividade e a simpatia do jequieense como coisas extraordinárias.

Hoje, algumas festas de São João depois, aqui estou. Tenho orgulho de morar e trabalhar em Jequié, e levo o nome desta cidade aonde vou. Tal é este orgulho que fiz questão de meus filhos nascerem aqui. Se minha pequena Giulia e meu pequeno Matheus carregarem por toda vida a garra do cearense e a simpatia do jequieense, serão imbatíveis! Trouxe também minha irmã, Ana Karyna, médica pediatra para aqui morar e trabalhar. Meus pais virão em breve.

Sinto falta da minha Fortaleza, do meu Fortaleza Esporte Clube, mas me sinto em casa em Jequié. Ouso dizer que se nada mais aqui houvesse de novo, Jequié seria sempre bela, pela beleza de seu povo.

Parabéns Jequié, por mais um aniversário!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Coluna Jornal de Jequié: Perdemos o Valor?


Não sei se existia este ditado aqui na Bahia, mas em dia de eleição em cidades do interior do Ceará, era muito comum ouvir a pergunta: “já perdeu seu valor”?

O significado real da pergunta era saber se a pessoa já tinha votado. E tinha gente que fazia questão de “se valorizar” ao máximo, deixando pra votar ali já no apagar das luzes, quem sabe almejando um último “presente”, um almoço, um lanche, ou apenas tentando se sentir importante, pelo menos naquele dia.

Mas o fato é que dia de eleição tem que ser tratado realmente como o dia mais importante do ano, aliás, do quadriênio, já que os mandatos, à exceção de Senador, são para 4 anos.

E nesse pleito que se encerrou parcialmente no dia 03 de Outubro, há de se elogiar a agilidade da apuração do resultado em todo o Brasil, onde antes da meia-noite, praticamente tudo já estava definido. Inclusive que teremos 2º turno para Presidente, dando mais oportunidade aos candidatos José Serra e Dilma Rousseff para mostrarem aos eleitores suas propostas e programas de governo.

E como ficou Jequié?

A surpresa negativa foi a não re-eleição do Senador César Borges, filho da terra, mas que não conseguiu renovar o seu mandato, e nem sequer teve maioria nem mesmo aqui em Jequié.

Para a Câmara dos Deputados, Roberto Britto se re-elegeu para seu 2º mandato, com a ajuda decisiva de mais de 13 mil votos da nossa cidade. Sérgio da Gameleira, apesar de não ter conseguido se eleger, surpreendeu positivamente em sua 1ª aparição no cenário político, obtendo a expressiva soma de mais de 10 mil votos em Jequié. Ao que tudo indica, poderá ser uma nova força no próximo pleito municipal.

Mas Jequié deve sair ganhando lá em Brasília, com mais 2 Deputados Federais eleitos com boa votação na cidade: Antônio Brito, que está a frente do Hospital a ser construído pela Santa Casa de Misericórdia em Jequié, teve a expressiva votação de quase 10 mil votos na cidade, totalmente decisiva em sua eleição, e Rui Costa, que fez dobradinha com Euclides Fernandes em Jequié, e foi o 3º Deputado Federal mais votado na Bahia, e o 1º da coligação que apoiou Jaques Wagner, eleito no 1º turno com uma esmagadora maioria de votos.

Para a Assembléia Legislativa da Bahia, Drª Tânia teve a maior votação aqui dentro de Jequié, entre todos os candidatos a deputado (Estadual e Federal) com quase 17 mil votos, mas não conseguiu sua eleição. Mas permanece forte para o próximo pleito municipal.

Dos atuais deputados estaduais, Isaac Cunha foi o 3º mais votado na cidade, mas foi o único que não se re-elegeu. Ambos, ele e Drª Tânia, ficaram na suplência. Leur Lomanto Jr., com mais de 6 mil votos na cidade, renovou seu mandato, e permanece como um dos representantes de Jequié na Assembléia Legislativa.

Mas o que os números indicam é que o grande vencedor desta eleição para a nossa cidade foi o Deputado Estadual Euclides Fernandes. Com mais de 10 mil votos apenas em Jequié, e com uma maciça votação de mais de 63 mil votos em todo o estado, foi o 13º Deputado Estadual mais votado da Bahia. Somando-se a isto, a sua parceria com o Deputado Federal Rui Costa, e a re-eleição do Governador Jaques Wagner que obteve 67% dos votos da nossa cidade, está em suas mãos a nossa principal esperança de conseguir recursos e empreendimentos para o crescimento de Jequié.

Mas como uma andorinha só não faz verão, tomara que todos os nossos representantes eleitos possam somar esforços, colocando o povo e a cidade de Jequié acima de qualquer interesse pessoal, e atuem em prol de nossa cidade seguindo os ensinamentos de São Francisco de Assis:

“Comece fazendo o necessário, depois o que é possível, e em pouco tempo você estará fazendo o impossível”.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Coluna Jornal de Jequié: Teste da Orelhinha



ALGUNS BEBÊS NASCEM OUVINDO MAS OUTROS PRECISAM DA SUA AJUDA

A audição começa a partir do 5º mês de gestação e se desenvolve intensamente nos primeiros meses de vida. Qualquer problema auditivo deve ser detectado ao nascer, pois os bebês que têm perda auditiva diagnosticada cedo e iniciam o tratamento até os 6 meses de idade apresentam desenvolvimento muito próximo ao de uma criança ouvinte, minimizando ou até eliminando as dificuldades encontradas por esta criança no seu desenvolvimento.

O diagnóstico após os 6 meses traz prejuízos para o desenvolvimento da criança e suas relações familiar e social. Em grande parte dos casos, os pais só percebem que seu filho possui algum tipo de perda auditiva por volta dos dois ou três anos. Nesta idade, é possível que a criança já venha enfrentando problemas de socialização e até algum atraso de desenvolvimento psicomotor. Infelizmente, no Brasil, a idade média de diagnóstico da perda auditiva é muito tardia, em torno de quatro anos de idade.

Qualquer bebê pode apresentar um problema auditivo no nascimento ou adquiri-lo nos primeiros anos de vida. Isto pode acontecer mesmo que não haja casos de surdez na família ou nenhum fator de risco aparente. A incidência de surdez ao nascer é muito alta se comparada com outras doenças que têm testagem obrigatória (teste do pezinho) assim que o neném nasce: Surdez – 30 casos em cada 10.000 nascidos, Fenilcetonúria (Teste do Pezinho) – 1 caso em cada 10.000 nascidos, Hipotireoidismo - 2,5 casos em cada 10.000 nascidos, Anemia Falciforme – 2 casos em cada 10.000 nascidos

A realização da Triagem Auditiva Neonatal (Teste da Orelhinha) de rotina em todos os bebês é a única estratégia capaz de detectar precocemente perdas auditivas que irão interferir na qualidade de vida do indivíduo.

O Teste da Orelhinha é um exame de Otoemissões Acústicas Evocadas (OEA), o método mais moderno para identificação de surdez em bebês, sendo um procedimento não invasivo, que pode ser feito com o bebê dormindo em 5 a 10 minutos. O exame não tem contra-indicações, não utiliza agulhas ou objetos perfurantes e não perturba o bebê. O teste é feito por meio de uma sonda colocada na orelha da criança. São emitidos então alguns estímulos sonoros e capta-se o retorno, avaliando desta maneira o funcionamento do ouvido interno da criança.

Lembre-se de que ouvir é fundamental para o desenvolvimento da fala e da linguagem, favorecendo um adequado desenvolvimento social, psíquico e educacional da criança. Se o exame não foi realizado no nascimento, faça-o agora. Peça ao pediatra o Teste da Orelhinha e procure o Otorrinolaringologista.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Travessia


E lá no céu de lá, subiram o céu além.
Inconseqüente, a mais, no forma de erguê-lo.
Caiu o céu no chão, caiu no chão de quem
Devia tê-lo em mãos, na ordem de mantê-lo.

E cá, no céu de cá, no meu que toco a vida.
Aquém, desceram tanto, abaixo da decência,
Deitaram em piso sujo, sangraram a ferida
Deixaram a céu aberto, exposta a decadência.

Dizei-me, se puderes, você que escolheu
Fazer a ponte em tempo, e foste à travessia.
Caber-se-ia a culpa, do céu que não é seu,
Após cair a ponte, na sua companhia?