quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Soneto ao Meu Amor VIII


Qual lua que se enche só pra ver-te
Tal qual mar que se enche pra molhar-te
Encho-me de vontade só pra ter-te
Nos braços, eu me encho para amar-te

Tal qual fogo que explode pra aquecer-te
Tal qual vento que assopra pra cheirar-te
É que eu me explodo em versos pra dizer-te
E assopro-te-os no ouvido só pra amar-te

E os meus melhores versos de amor fiz-te
Não sendo escritos, mas alinhavados
Em beijos e abraços, meu corpo quis-te

Nas noites de lua, e em ti, o abrigo
É que eles estão, pra sempre gravados
Pois amar-te é fazer-te o amor, contigo

domingo, 27 de setembro de 2009

Soneto ao Meu Amor VII



Eu só pronuncio teu nome, chamo-te
Em belos versos de amor e desejo
E deixo-os que sigam ao vento, clamo-te
Vem até mim, aproveita o ensejo

És tu a razão desta minha loucura
És tu quem desgoverna este meu peito
És tu a minha única chance de cura
Embora não ache amor um defeito!

Por ti eu colhi esta rosa e dou-te
Para que se perfume do teu cheiro
E de todo o amor que de mim ficou-te

E depois se ainda houver algo a dar-te
Pede-me! Que até dou-me por inteiro
Pois meu destino selado é amar-te

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Canção do Exílio



Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Gonçalves Dias

Como se ama o calor e a luz querida



Como se ama o calor e a luz querida,
A harmonia, o frescor, os sons, os céus,
Silêncio, e cores, e perfume, e vida,
Os pais e a pátria e a virtude e a Deus:

Assim eu te amo, assim; mais do que podem
Dizer-to os lábios meus, — mais do que vale
Cantar a voz do trovador cansada:

O que é belo, o que é justo, santo e grande
Amo em ti. — Por tudo quanto sofro,
Por quanto já sofri, por quanto ainda
Me resta de sofrer, por tudo eu te amo.

O que espero, cobiço, almejo, ou temo
De ti, só de ti pende: oh! nunca saibas
Com quanto amor eu te amo, e de que fonte
Tão terna, quanto amarga o vou nutrindo!

Esta oculta paixão, que mal suspeitas,
Que não vês, não supões, nem te eu revelo,
Só pode no silêncio achar consolo,
Na dor aumento, intérprete nas lágrimas

Gonçalves Dias

Gonçalves Dias




Antônio Gonçalves Dias nasceu no ano de 1823 em Caxias, no Maranhão, e faleceu em 1864.

Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, retornando ao Brasil em 1845.

Em São Luís fracassa o relacionamento amoroso com Ana Amélia, a quem dedica o poema "Ainda uma vez... Adeus!", por pressões da família dela, já que o poeta era filho de pai português e de mãe mestiça.

Viajou pelo Brasil e pela Europa a serviço do governo brasileiro.

Tuberculoso, vai à Europa em 1862 para tratar da saúde; combalido e reduzido à miséria, decidiu voltar, morrendo em naufrágio à vista das costas do Maranhão.
 
Clássico na forma e no estilo, por formação literária, foi, por índole, o poeta das tradições e da alma popular brasileira. Pertenceu à primeira geração do Romantismo Brasileiro. Delicado e melancólico, criou o indianismo romântico, impondo-se como uma das maiores figuras da nossa literatura.
 
É considerado o mais maduro dos românticos brasileiros, o nosso maior poeta romântico. Seus versos encerram eloqüência e unção, lirismo, grandiosidade e harmonia.
 
Escreveu : Primeiros Cantos, Segundos Cantos, Últimos Cantos, Sextilhas de Frei Antão, I-Juca Pirama, Dicionário da Língua Tupi, Os Timbiras e os dramas Beatriz Cenci, Leonor de Mendonça, Boabdil, Patkul, dentre outros.

As Sem-Razões do Amor




Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade

Para Sempre



Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?

Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Carlos Drummond de Andrade

José




E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse....
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?

Carlos Drummond de Andrade

Quadrilha



João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava
Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos,
Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre,
Maria ficou pra tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

Carlos Drummond de Andrade

No meio do caminho tinha uma pedra



No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.


Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade





Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro - MG, em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por "insubordinação mental". 

Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925.

O nome de Drummond está associado ao que se fez de melhor na poesia brasileira. Pela grandiosidade e pela qualidade, sua obra não permite qualquer tipo de análise esquemática. Para compreender e, sobretudo, sentir a obra desse escritor, o melhor caminho é ler o maior número possível de seus poemas. De acontecimentos banais, corriqueiros, gestos ou paisagens simples, o eu-lírico extrai poesia. 

Obra:

Poesia: Alguma poesia (1930); Brejo das almas (1934); Sentimento do mundo (1940); Poesias (1942); A rosa do povo (1945); Claro enigma (1951); Viola de bolso (1952); Fazendeiro do ar (1954); A vida passada a limpo (1959); Lição de coisas (1962); Boitempo (1968); As impurezas do branco (1973); A paixão medida (1980); Corpo (1984); Amar se aprende amando (1985); O amor natural (1992).

Prosa: Confissões de Minas (1944) - ensaios e crônicas; Contos de aprendiz (1951); Passeios na ilha (1952) - ensaios e crônicas; Fala, amendoeira (1957) - crônicas; A bolsa e a vida (1962) - crônicas e poemas; Cadeira de balanço (1970); O poder ultrajovem e mais 79 textos em prosa e verso (1972) - crônicas; Boca de luar (1984) - crônicas; Tempo vida poesia (1986).

Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro RJ, no dia 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Justine Henin - O Retorno



A belga Justine Henin está de volta às quadras, depois de quinze meses aposentada.

Parece que o sucesso instantâneo da belga Kim Clijsters, que voltou ao circuito da WTA após 2 anos e meio afastada, e de cara ganhou o US Open, derrotando dentre outras, as poderosas irmãs Williams, animou sua compatriota Justine Henin, ex-número 1 do mundo, que abandonou a carreira em 2008, justamente quando ocupava o topo do ranking.

As belgas Henin e Clijsters de volta
Uma sorri mas a outra...



Ela ainda não disputará eventos da WTA neste ano, mas treinará duro para estar em forma em janeiro e é bem provável que participe do Aberto da Austrália.

Antes de partir para torneios oficiais, Henin participa de exibições em Charleroi, diante de seu público, e em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Desta forma, tentará medir suas habilidades e sua atual capacidade diante das mudanças sofridas pelo tênis feminino de um ano para cá.

O circuito hoje conta cada vez mais com jogadores altas, fortes e que apostam em golpes pesados. Com pouco menos de 1,70m de altura, a atleta de 27 anos sempre se notabilizou por um estilo elegante e eficaz de jogo, bem diferente do que encontrará pela frente.

Ela percorrerá o mesmo caminho da compatriota, que só apareceu na lista da WTA depois de atuar em Cincinnati, Toronto e em Nova York. Ou seja, antes de encarar Melbourne, Henin deve jogar Brisbane e Sydney com convites.

Henin é dona de sete Grand Slam (quatro Roland Garros, dois US Open e um Aberto da Austrália) e tentará ganhar Wimbledon (tem dois vices), o único GS que lhe falta.

Henin como #1



Henin em Roland Garros



Henin no US Open



Henin no Australian Open




Agora só falta Wimbledon!

domingo, 20 de setembro de 2009

Não deu... e o Equador retornou a elite da Davis



Infelizmente, pelo 4º ano seguido, o Brasil perdeu a chance de voltar a elite do Grupo Mundial da Copa Davis. E desta vez perdeu sua melhor chance, jogando em casa, no saibro que escolheu, contra um time de apenas dois tenistas.

O fato é que hoje, com a vantagem de 2 x 1 na série, bastava ao Equador uma vitória em um dos dois jogos de simples para vencer o confronto.

No primeiro, Marcos Daniel entrou em quadra para jogar contra Nicolas Lapentti sabendo da obrigação de ganhar, e fez o que pôde. Começou perdendo os dois primeiros sets, mas reagiu, e com uma grande atuação nos dois sets seguintes empatou o jogo em 2 x 2, e as coisas pareciam agora a nosso favor.

Num 5º set emocionante, onde não há tie-break, os dois tenistas alternaram-se nos grandes momentos, e superando o cansaço físico e mental, chegaram empatados em 6 x 6, com duas quebras cada um. Até este momento, Daniel já tinha salvo 4 match-points, sendo 3 deles no saque de Nicolas.

Usando toda sua experiência, Nicolas Lapentti confirmou fácil seu game de saque e pressionou Marcos Daniel no game seguinte, conseguindo a quebra decisiva que lhe deu a vitória no set e no jogo, parciais de 6 x 4 - 6 x 4 - 1 x 6 - 2 x 6 e 8 x 6, e o terceiro ponto na série, fechando o confronto.

Nicolas com a bola toda




 Daniel com a decepção




Cumprindo tabela o brasileiro Thomaz Bellucci venceu Julio Cezar Campozano por 2 sets a 0, fechando a série por 3 a 2 a favor dos equatorianos.

Nos últimos quatro anos, o Brasil passou pelo Zonal Americano e chegou à repescagem, mas foi sempre derrotado, duas vezes fora de casa (2007-Áustria e 2008-Croácia) e duas como mandante em 2006 (perdeu da Suécia) e 2009 (perdeu do Equador).

Nem a Revolução Farroupilha nos salvou hoje.

sábado, 19 de setembro de 2009

Complicou... e vai dando Equador na Davis



Infelizmente, num resultado surpreendente, a dupla brasileira formada por Marcelo Melo e André Sá perdeu o jogo de hoje para irmãos Giovanni e Nicolas Lapentti, mesmo tendo a favor cerca de 5 mil torcedores no Gigantinho em Porto Alegre.

Com o placar de 3/6, 6/3, 6/4, 4/6 e 6/4 nas duplas, o Equador tem agora vantagem de 2 a 1 no confronto que vale vaga no Grupo Mundial da Copa Davis de 2010.

Nós perdemos



 Eles ganharam




Amanhã é o tudo ou nada. Marcos Daniel (#56) jogará contra Nicolas Lapentti (#144) no primeiro jogo do dia. Tendo a obrigação de vencer, o brasileiro aposta no cansaço do equatoriano que já ficou mais de 7h em quadra nestes dois dias de competição. Esses dois jogadores venceram seus jogos no primeiro dia.

Isso porque enquanto o Brasil tem um time com 4 jogadores, Marcos Daniel e Thomaz Bellucci nas simples e Marcelo Melo e André Sá nas duplas, o Equador tem apenas dois tenistas, os irmãos Nicolas e Giovanni Lappenti.

Se conseguir a vitória e empatar a disputa em 2 x 2, Daniel passará o bastão para Thomaz Bellucci, (#65) que fará o último jogo do confronto contra Giovanni Lapentti (#211). Esses dois jogadores perderam seus jogos no 1º dia.

Espanha vs Rep. Tcheca na Final da Davis




A equipe espanhola não teve dificuldades para derrotar Israel na semifinal da Copa Davis, e alcançar pelo segundo ano seguido a final da competição. Ano passado se sagrou campeã do torneio derrotando a Argentina em plena casa do adversário.

Este fim de semana, jogando em casa, no saibro de Murcia, os espanhóis, mesmo com a ausência de seu principal tenista Rafael Nadal (#2), atropelaram Israel.

Ontem, David Ferrer (#19) derrotou Harel Levy (#140), por 3 x 0, com parciais de 6/1 6/4 6/3 e fez 1 x 0 pra Espanha.

Ferrer fez o 1º


Depois foi a vez de Juan Carlos Ferrero (#21) substituto de Nadal, derrotar Dudi Sela (#29), em jogo relativamente fácil, também em sets diretos, parciais de 6/4 6/2 6/0 e abrir 2 x 0 no confronto.

Ferrero fez o 2º




Hoje no jogo de duplas, mais uma vitória para os espanhóis. A dupla espanhola formada por Feliciano Lopez e Tommy Robredo sacramentou o triunfo dos donos da casa ao derrotar os especialistas Jonathan Erlich e Andy Ram por 3 sets a 1 com parciais de 7/6 (8/6) 6/7 (7/9) 6/4 6/2. Amanhã acontecem dois jogos de simples apenas para cumprir tabela.

Lopez e Robredo fizeram o 3º



A Espanha buscará seu quarto título na competição mais importante de nações do mundo (venceu em 2000, 2004 e 2008) contra a República Tcheca, que na outra semifinal marcou 3 a 0 contra a Croácia, mesmo atuando fora de seus domíminios, no saibro coberto de Porec

Logo no 1º jogo da outra semifinal, o croata Ivo Karlovic (#31) fez história ao anotar incríveis 78 aces numa partida que durou 5 sets e 6h, contra o tcheco Radek Stepanek (#17), e mesmo assim foi derrotado por 3 x 2, com incríveis 6/7 (7/5) 7/6 (7/5) 7/6 (8/6) 6/7 (7/2) 16/14, e a República Tcheca abriu 1 a 0 na série.

Karlovic sacou, perdeu e não entendeu


Stepanek foi, viu e venceu


Depois foi a vez de Tomas Berdych (#18) acabar com as esperanças dos croatas, ao derrotar o supreendente Marin Cilic (#15) - que havia eliminado Andy Murray (#3) no US Open - por 3 x 2, parciais de  6/3 6/3 3/6 4/6 6/3, fechando o primeiro dia com 2 x 0 de vantagem na série.

Berdych também


Neste sábado, mais uma vitória no jogo de duplas, com Radek Stepanek e Tomas Berdych derrotando Marin Cilic e e Lovro Zovko, parciais de 6/1 6/3 6/4, marcando 3 x 0 na série e comemorando a classificação para final.
E depois ganharam juntos



No confronto direto entre eles, os espanhóis lideram por 4 a 1. A final será realizada sob mando de quadra da Espanha.

Brasil x Equador na Copa Davis




Na abertura do confronto com o Equador, válido pela fase final da repescagem da Copa Davis, falou mais alto a experiência.

Marcos Daniel (#56) deu o primeiro passo para recolocar o Brasil no Grupo Mundial da competição.

Jogando em casa o brasileiro derrotou o equatoriano Giovanni Lapentti (#211) na tarde desta sexta-feira por 3 sets a 1, com parciais de 7/6, 3/6, 7/6 e 6/2, empolgando a torcida que compareceu ao Ginásio Gigantinho, em Porto Alegre, e que contou com a presença ilustre de Gustavo Kuerten.


Daniel ganhou e fez 1 x 0



Giovanni perdeu




Já no segundo jogo, Thomaz Bellucci (#65) não conseguiu fazer valer seu favoritismo, e foi derrotado pelo experiente Nicolas Lapentti (#144) em sets diretos, parciais de 7 x 6, 6 x 4 e 7 x 5, desta vez frustrando a torcida.

Nicolas ganhou e fez 1 x 1



Bellucci perdeu


Assim, o primeiro dia termina com o confronto empatado em 1 x 1.

Amanhã tem o jogo de duplas, entre a parceria brasileira André Sá/Marcelo Mello contra os irmãos Nicolas/Giovanni Lapentti. Esse jogo pode decidir o confronto.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Soneto de Fidelidade



De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes

Soneto da Separação



De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Vinicius de Moraes

Soneto do Amor Total



Amo-te tanto meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Vinicius de Moraes

Vinícius de Moraes




Vinicius de Moraes (Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1913 — Rio de Janeiro, 9 de julho de 1980) foi um diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro.

Poeta essencialmente lírico, o poetinha (como ficou conhecido) notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua vida.

Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, o poetinha teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell e Carlos Lyra.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Alma minha gentil, que te partiste



Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.

Luís de Camões

Amor é fogo que arde sem se ver


Amor é fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões

Luís Vaz de Camões

Luís Vaz de Camões (c. 1524 (?) — 10 de Junho de 1580) é  considerado o maior poeta de língua portuguesa e um dos maiores da Humanidade. Sua genialidade é comparável a de Virgílio, Dante, Cervantes e Shakespeare. Das suas obras, a epopéia Os Lusíadas é a mais significativa.

Desconhece-se a data e o local onde terá nascido Camões. Admite-se que nasceu entre 1517 e 1525. A sua família é de origem galega que se fixou em Vilar de Nantes, freguesia do concelho de Chaves e mais tarde terá ido para Coimbra e para Lisboa, lugares que reivindicam ser o local de seu nascimento.

Os Lusíadas é considerada a principal epopéia da época moderna devido à sua grandeza e universalidade.  A epopeia narra a história de Vasco da Gama e dos heróis portugueses que navegaram em torno do Cabo da Boa Esperança e abriram uma nova rota para a Índia.

É uma epopéia humanista, mesmo nas suas contradições, na associação da mitologia pagã à visão cristã, nos sentimentos opostos sobre a guerra e o império, no gosto do repouso e no desejo de aventura, na apreciação do prazer e nas exigências de uma visão heróica.

As armas e os barões assinalados
Que, da ocidental praia lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo reino, que tanto sublimaram.
(...)
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte
Camões, Lusíadas, Canto I.

A obra lírica de Camões foi publicada como "Rimas", não havendo acordo entre os diferentes editores quanto ao número de sonetos escritos pelo poeta e quanto à autoria de algumas das peças líricas.
Alguns dos seus sonetos, como o conhecido Amor é fogo que arde sem se ver, pela ousada utilização dos paradoxos, prenunciam o Barroco.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Os Campeões do US Open


No masculino, a grande surpresa. Numa batalha de mais de quatro horas, disputada no Arthur Ashe Stadium, em Flushing Meadows, o argentino Juan Martin Del Potro (#6) surpreendeu o principal favorito ao título, atual penta campeão do torneio, e invicto há 40 partidas no US Open, o suiço Roger Federer (#1) por 3 sets a 2, com parciais de 3/6, 7/6 (7-5), 4/6, 7/6 (7-4) e 6/2 e levantou seu primeiro troféu de GS.

Esta foi a primeira vitória de Del Potro em sete jogos contra Federer e o argentino se torna o primeiro sem ser Rafael Nadal a vencê-lo em uma decisão de Major.

Del Potro


No feminino, a belga Kim Clijsters, ex-número 1 do mundo e até então sem ranking, que voltou ao circuito após 2 anos e meio afastada por conta da maternidade, conquistou seu 2º título do US Open ao derrotar na final por 2 x 0 (7 x 5 e 6 x 3) a dinamarquesa Caroline Wozniacki (#6), que disputava sua primeira final do GS.
Kim Clijsters


Nas duplas masculinas, os vice-campeões do ano passado o checo Lukas Dlouhy e o indiano Leander Paes conquistaram o título do torneio ao vencerem o também indiano Mahesh Bhupathi e o bahamense Mark Knowles por 2 sets a 1, com parciais de 3/6, 6/3 e 6/2.
Este é o segundo Grand Slam vencido pela dupla formada por Dlouhy e Paes, que já vinham de carreiras bem sucedidas com outros parceiros. Antes, eles conquistaram juntos o título do aberto de Roland Garros deste ano.
Dlouhy e Paes

Nas duplas femininas as americanas Venus e Serena Williams conquistaram o título ao superarem na final a parceria formada pela zimbabuana Cara Black e a americana Liezel Huber, primeiras favoritas, por 2 x 0 com um duplo 6 x 2.
Foi o décimo título de Grand Slam das Williams em duplas, que este ano venceram também em Wimbledon e no Aberto da Austrália.As irmãs acumulam outros três títulos em Wimbledon, dois no Aberto da Austrália, um em Roland Garros e outro do US Open, que voltam a conquistar dez anos após o sucesso em 1999.
Serena e Vênus Williams

See you later!

domingo, 13 de setembro de 2009

Finalmente as Semis no US Open


Hoje, com o sol de volta a Nova Iorque, finalmente a organização do US Open  teve a liberdade  de colocar em quadra as semifinais, inicialmente programadas para o Super Saturday.
No 1º jogo Rafael Nadal (#3) ainda sofrendo com problemas físicos, desta vez uma contusão na musculatura abdominal que o impede de sacar bem, não foi páreo para o ascendente argentino Juan Martin Del Potro (#6) que o liquidou com um triplo 6 x 2 e disputará amanhã sua 1ª final de GS.

Nadal pelo menos igualou seu melhor resultado no torneio, justamente a semifinal do ano passado, e ainda recuperou o #2 do mundo, que perdeu, momentaneamente, por duas semanas para Andy Murray, que retornará ao #3, à partir de amanhã.
Nadal assistiu a vitória de Del Potro

E Del Potro agradeceu aos céus



No 2º jogo, Roger Federer (#1), sempre ele, despachou novamente Novak Djokovic (#4), sempre ele, pelo 3º ano consecutivo e fará sua 21º final de GS, em busca de dois récordes: seu 6º US Open seguido e seu 16º GS.
O ponto mais bonito da partida, do torneio, e um dos maiores da carreira deste gênio, ocorreu no final do 3º set, quando Djokovic conseguiu um lindo lob, mas incrível e inacreditavelmente, Roger Federer chegou na bola e conseguiu uma linda passada com uma "Grand-Willy", chegando ao match-point e fechando o jogo em 3 x 0 no ponto seguinte com um winner de devolução.
Federer e sua incrível Grand-Willy
Djokovic não acreditou no que viu

Del Potro será o 6º adversário diferente de Federer em sua 6ª final do US Open. Até hoje Federer só perdeu final de GS (por 5 vezes) para Rafael Nadal. Conseguirá Del Potro colocar Federer para dançar Tango?
Amanhã, às 17h, saberemos a resposta.