sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Coluna Jornal de Jequié: Comércio, meio e fim



Não faz muito tempo, durante uma palestra no Rotary, que falava, dentre outras coisas, que estranhava o limitado horário do comércio de Jequié.

Meu raciocínio é o mais simples possível:

Qual a finalidade de um estabelecimento comercial? Obviamente a venda. E qual o meio que ele tem para isso? Abrir as portas para permitir que o cliente que necessite ou deseje o produto vá lá comprar.

Mas aí é que está o problema: para que alguém possa comprar algo, ele deve ter dinheiro, e a forma de tê-lo é trabalhando. Mas em que horário um trabalhador pode ir ao comércio de Jequié? Em horário nenhum. E só lhe resta a compra pela internet, que nem de longe é a mesma coisa de poder ver e escolher o produto diretamente, principalmente no caso de roupas.

Surpreendentemente nosso comércio funciona estrita e literalmente no horário dito “comercial”. Durante a semana, abre às 8h, fecha ao meio dia, abre novamente às 14h e fecha ao fim da tarde, às 18h. E aos sábados fecha ao meio dia, ou apenas um pouco mais tarde. Em resumo, quem trabalha não tem tempo de ir comprar nada.

Na visão do consumidor, a expansão do horário para o comércio é fundamental, e acredito que deveria também ser na visão dos lojistas. Se olharmos ao nosso redor, esse horário expandido não é privilégio apenas da capital, visto que várias cidades do interior, algumas até menores do que Jequié, já o praticam.

Numa cidade tão quente como a nossa, em algumas épocas do ano, o horário mais agradável para as compras seria à noite. Uma boa sugestão seria adiar o retorno do almoço, ficando o funcionamento à tarde de 16 às 20h. Ou então um rodízio dos funcionários em escalas de turno.

A recém inaugurada Lojas Americanas já vai funcionar de segunda a sábado de 8 às 20h ininterruptamente, e aos domingos e feriados até às 14h. Isso já é um grande alento e começo, mas obviamente, a loja não vai suprir nem em quantidade nem em diversidade todas as necessidades da população.

O que espero é que o sucesso deste estabelecimento sirva de exemplo para vários outros, de preferência para todos os lojistas, para expandirem seu horário “comercial” e consequentemente seus negócios.

O que não é visto não é desejado, daí o sucesso dos Shopping Centers, aonde se vai passear e sempre se compra algo.

Aliás, e por falar nisso: quando Jequié vai acordar e ter o seu Shopping Center?

Nossa cidade está crescendo, e já está se tornando uma cidade universitária, somando-se à sua população, vários estudantes que aqui vêm morar, além de professores e familiares. E isso só tende a aumentar.

Já ouvi falar do shopping que começou a ser construído e não deu certo, do projeto do shopping a céu aberto que não foi à frente, de um possível shopping na Av. César Borges, mas na prática ainda não temos nenhum.

O fato de um ou outro projeto não ter dado certo, não significa que nenhum dará. Na maioria das vezes, o problema não são os aviões, são os pilotos.

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