sábado, 18 de setembro de 2010

Coluna Jornal de Jequié: Motos, e a Segurança?


Uma boa alternativa

Interessante reportagem do Jornal de Jequié da semana passada mostra a elevação do número de motos em Jequié e na Bahia. Os dados revelam que já são registradas no DETRAN de Jequié quase 15 mil motos, o que correspondem a 40% do total de veículos registrados na cidade, superando, inclusive os automóveis, que representam 36% da frota. O restante é constituído por caminhonetas, caminhões, ônibus e outros veículos. Isso sem contar as motos não registradas.

Só na Bahia a frota de motos foi ampliada em 6 vezes nos últimos 10 anos, e vai continuar a crescer. Isso elevou Jequié à liderança das grandes cidades do interior no quesito motos, bem como o estado da Bahia à liderança no Nordeste e ao 6º lugar em todo o Brasil. É inegável que isso representa um grande impulso na economia local, conseqüência de um aumento da renda e de uma maior oferta de crédito à população.

Mas fica uma questão fundamental: e a segurança?

Pergunto isso, pois não vai ser difícil ao leitor, rapidamente lembrar-se de algum parente, amigo ou conhecido que já se acidentou de moto. E mais terrível ainda, que ficou sequelado ou faleceu nesse acidente.

Pra quem é da área de saúde, cujos casos saltam aos olhos, não é difícil chegar à conclusão que os acidentes com motociclistas já se tornaram um caso grave de saúde pública. Basta conversar com algum profissional do SAMU, ou visitar a emergência do HGPV, que, infelizmente, isso será constatado.

Não falo aqui sobre responsabilidade ou culpabilidade do acidente, pois para a saúde do paciente não faz diferença, mas sim, sobre a constatação óbvia que numa colisão entre um carro, um caminhão ou um ônibus contra um moto, o motociclista quase sempre será o mais afetado.

Como exemplo prático, pensemos num motorista de automóvel: ele dirige dentro do carro, protegido pela lataria e preso ao cinto de segurança. Além disso, tem a sua disposição itens como o airbag, hoje opcional, mas, de acordo com o projeto de Lei 1825/07, já aprovado na câmara dos deputados, tornar-se-á obrigatória sua instalação para motoristas e passageiros do banco dianteiro em todos os carros novos. Só aguarda a sanção do Presidente da República.

Além disso, no início deste mês entrou em vigor a lei que obriga crianças com até sete anos e meio de idade a usarem cadeirinha de segurança nos automóveis, para serem transportadas tanto dentro das cidades, quanto nas rodovias. Louve-se aqui, mais uma medida dos nossos governantes para nossa proteção e de nossos filhos.

Mas, permanece a questão fundamental: e para a segurança dos motociclistas?

Se, existem todos estes itens obrigatórios para se dirigir um automóvel de maneira segura e protegida, quais itens são obrigatórios para a proteção do motociclista, que dirige totalmente exposto?

Apenas o capacete, que nem sempre está atado de maneira correta à cabeça, e facilmente se solta e perde totalmente sua função protetora, quando de um acidente.

Urge, por parte das autoridades, a necessidade de se criar formas e leis para proteger a integridade física deste cada vez maior número de usuários de motos, ainda mais em cidades como Jequié, onde o moto táxi tornou-se uma grande fonte de transporte e renda para grande parte da população.

Tem que se criar mais equipamentos de proteção e torná-los obrigatórios, tem que se criar campanhas urgentes de educação no trânsito dirigidas a motociclistas e tem que fiscalizar e punir os infratores.

E isso tudo, para a sua própria saúde, ou vamos cada vez mais ter que nos acostumar com a legião de pessoas sequeladas ou falecidas em acidentes de moto, que poderiam ter sido mais protegidas.

Pensemos nisso.

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