Para a frente, para cima, Despontam, alegres, os teus seios.
Vitoriosos já, Mas não ainda triunfais.
Quem comparou os seios que são teus Banal imagem a colinas!
Com donaire avançam os teus seios, Ó minha embarcação!
Porque não há Padarias que em vez de pão nos dêem seios Logo pla manhã?
Quantas vezes Interrogaste, ao espelho, os seios?
Tão tolos os teus seios! Toda a noite Com inveja um do outro, toda a santa Noite!
Quantos seios ficaram por amar?
Seios pasmados, seios lorpas, seios Como barrigas de glutões!
Seios decrépitos e no entanto belos Como o que já viveu e fez viver!
Seios inacessíveis e tão altos Como um orgulho que há-de rebentar Em deseperadas, quarentonas lágrimas...
Seios fortes como os da Liberdade -Delacroix-guiando o Povo.
Seios que vão à escola pra de lá saírem Direitinhos pra casa...
Seios que deram o bom leite da vida A vorazes filhos alheios!
Diz-se rijo dum seio que, vencido, Acaba por vencer...
O amor excessivo dum poeta: "E hei-de mandar fazer um almanaque da pele encadernado do teu seio" Gomes Leal
Retirar-me para uns seios que me esperam Há tantos anos, fielmente, na província!
Arrulho de pequenos seios No peitoril de uma janela Aberta sobre a vida.
Botas, botirrafas Pisando tudo, até os seios Em que o amor se exalta e robustece!
Seios adivinhados, entrevistos, Jamais possuídos, sempre desejados!
"Oculta, pois, oculta esses objectos Altares onde fazem sacrifícios Quantos os vêem com olhos indiscretos" Abade de Jazente
Raimundo Lúlio, a mulher casada Que cortejaste, que perseguiste Até entrares, a cavalo, pla igreja Onde fora rezar, Mudou-te a vida quando te mostrou "É isto que amas?" De repente a podridão do seio.
Raparigas dos limões a oferecerem Fruta mais atrevida: inesperados seios...
Uma roda de velhos seios despeitados, Rabujando, A pretexto de chá...
Engolfo-me num seio até perder Memória de quem sou...
Quantos seios devorou a guerra, quantos, Depressa ou devagar, roubou à vida, À alegria, ao amor e às gulosas Bocas dos miúdos!
Pouso a cabeça no teu seio E nenhum desejo me estremece a carne.
Vejo os teus seios, absortos Sobre um pequeno ser
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