Recentemente, cientistas encontraram evidências de que os cometas não só podem ter destruído vidas através de impactos catastróficos, como podem ter ajudado a vida na Terra através do fornecimento de moléculas vitais como a água.
Os cientistas esperam compreender mais sobre os cometas e essas possibilidades a partir do encontro com o cometa Hartley 2, que passa pela Terra hoje (4 de novembro).
Os cientistas acreditam que a Terra foi fundida quando se formou, há 4,6 bilhões de anos. Ela teria permanecido assim durante os primeiros 50 a 100 milhões anos. Tal calor também sugere que o planeta estava seco.
Quando surgiu a água na Terra, então? Que tipo de coisa carregada com a água poderia ter atingido a Terra? Os cometas são a resposta óbvia. Esses pedaços gigantes de gelo, juntamente com asteróides rochosos, que são os restos da formação do sistema solar, podem ter trazido água a Terra.
Além disso, os astrônomos descobriram que as superfícies de cometas aparentemente são revestidas com compostos orgânicos, sugerindo que eles também podem ter fornecido outros ingredientes essenciais para a vida.
Porém, isso começou a mudar há 15 anos. Os cientistas resolveram observar níveis padrões de átomos de hidrogênio e de deutério, que tem um próton e um nêutron em seu núcleo. Os índices de deutério e hidrogênio observados em quatro cometas são maiores do que os encontrados nos oceanos da Terra. Se os oceanos fossem criados por cometas, estes índices deveriam ser os mesmos.
Alguns pesquisadores começaram a procurar outras fontes plausíveis de água e de vida na Terra. Simulações de órbitas no Sistema Solar sugeriram que os asteróides seriam uma melhor fonte do que os cometas, que geralmente ficam mais longe.
O cinturão de asteróides fica mais perto, um pouco além da órbita de Marte, enquanto o cinturão de Kuiper (dos comentas) está além da órbita de Netuno, cerca de 30 a 40 vezes a distância que a Terra está do sol. Além disso, materiais orgânicos como os aminoácidos foram detectados nas partes externas do cinturão de asteróides.
Em alguns asteróides, a proporção de deutério para hidrogênio é compatível com a encontrada nos oceanos da Terra. Além disso, cometas foram descobertos no cinturão de asteróides em 2006.
De qualquer forma, ainda não existe resposta certa para tal problema. Os contratempos são muitos. Em primeiro lugar, não se pode afirmar que a água dos oceanos manteve as mesmas taxas de deutério e hidrogênio ao longo do tempo, sendo que características geológicas poderiam ter alterado estas relações.
Também, enquanto os cometas de curto período vêm do cinturão de Kuiper, cometas de longo período (aqueles que levam mais de 200 anos para completar uma órbita) vêm da Nuvem de Oort, ainda mais distante, e as razões de deutério para hidrogênio desses cometas não foram medidas.
Outra possibilidade é que a Terra não era tão seca quando se formou. Sendo assim, especialistas palpitam que os oceanos da Terra podem ter sido formados com a contribuição de três elementos: cometas, o cinturão de asteróides, e o material primordial. A questão é descobrir qual foi a maior fonte.
Assim, o encontro com Hartley 2 pode ajudar a determinar se os cometas antigos forneceram água e ingredientes para a vida na Terra. A nave NASA chegará 698 km do cometa. Ao contrário dos outros quatro cometas que as naves espaciais estudaram, o núcleo ou centro de Hartley 2 deve ter sido mais facilmente afetado por quaisquer eventos que ajudaram a moldar os cometas após a formação do sistema solar.
Comparar Hartley 2 com os quatro outros maiores cometas deve ajudar a entender as propriedades dos cometas que semearam a Terra no seu início. A ideia é entender como eles podem ter mudado ao longo do tempo, para descobrir como eles eram no passado.
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