sábado, 25 de setembro de 2010

Vida


Cada minuto que passa pode ser tudo que me resta para viver, mas eu desperdiço o tempo como se ele fosse infinito. Penso, logo sei que existir é uma circunstância.

"Pedro Cassiano Aguilar"

Coluna Jornal de Jequié: Jequié, Barbalha e o Progresso

Jequié - BA

Barbalha - CE

Recentemente, duas reportagens em diferentes veículos da imprensa nacional me deixaram bastante feliz e esperançoso.

A primeira foi veiculada pela Veja no primeiro dia deste mês. Em um levantamento da revista, dos 226 municípios médios do Brasil que não são capitais, Jequié mereceu grande destaque no setor do comércio, ocupando o 15º lugar de todo o Brasil no que diz respeito à média anual de evolução do PIB entre 2002 e 2007, com uma média de 6,6%/ano. Apenas 2 municípios baianos tiveram melhor desempenho: Lauro de Freitas, em 2º lugar com média de 11,9%/ano e Vitória da Conquista, em 7º lugar com 8,6% de média anual.

Observem que os dados são até 2007, não tendo como avaliarmos se estes números se mantiveram, pioraram ou melhoraram. Mas o fato é que Jequié cresceu, e está crescendo a olhos vistos, certamente nem tanto como poderia e deveria, mas está crescendo. É só olharmos, além do desenvolvimento do comércio, com várias lojas de departamentos se instalando na cidade, a explosão na cidade da construção civil, e o crescimento daquilo que eu considero um grande trunfo e marcador de progresso de qualquer cidade: a evolução da atenção médica.

Vários serviços médicos, públicos e privados, foram e estão sendo criados em Jequié, atraindo cada vez mais especialistas, de várias áreas, até então inexistentes na cidade, no início de uma longa, contínua, mas vitoriosa caminhada na melhoria da oferta de saúde. Junte-se a isso, a recém criada Faculdade de Medicina da UESB, além do hospital que será construído pela Santa Casa de Misericórdia da Bahia para atenção materno-infantil.

E é justamente aqui que entra a outra matéria, veiculada pelo Jornal Nacional do dia 20/09, no JN no Ar, sobre Barbalha, uma emergente cidade do estado do Ceará com 60 mil habitantes. Aqui valem algumas considerações: localizada a 530km de Fortaleza, a Terra dos verdes canaviais forma junto com Juazeiro do Norte e Crato a promissora região do Cariri. Por coincidência, Barbalha tem o mesmo Santo Padroeiro de Jequié – Santo Antônio, e sua maior festa é justamente em 13 de junho. Além disso, Barbalha é a terra natal de minha mãe e fez parte da minha vida por vários anos, durante os períodos de férias na infância e juventude.

Eis que então, aquela cidade que não vejo há mais de 10 anos, e na qual vivi saudosos momentos, tem destaque no cenário nacional na área médica. Ela é sede da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, que trouxe grandes avanços na Medicina da cidade, inclusive com serviços de transplantes de órgãos, hospital do coração, serviço de oncologia, nos vários hospitais públicos e privados. É importante frisar, que na cidade vizinha de Juazeiro do Norte, a menos de 10km de distância, há outra Faculdade de Medicina, sendo esta da Universidade Estadual do Ceará. É um claro exemplo que duas Faculdades de Medicina podem coexistir em cidades tão próximas.

Como qualquer cidade do interior, Barbalha sofreu durante anos com o privilégio sempre dado às grandes capitais no que diz respeito à distribuição de verbas. Mas venceu e hoje é exemplo. E com certeza Jequié também sofreu e ainda sofre com a falta (ou a má aplicação) de recursos. Mas também tenho certeza vai vencer e que em pouco mais de 10 anos vai ser exemplo nacional de assistência médica.

É incrível perceber que Jequié já teve 2 governadores da Bahia, o último bem recentemente, tem senador, tem deputados, enfim, tem e sempre teve representantes e expoentes políticos. Não se concebe, portanto, Vitória da Conquista que já foi bem menor do que Jequié, andar em escala geométrica, enquanto Jequié engatinha em escala aritmética.

Jequié cresceu, mas pode mais, seu povo, do qual já me sinto fazendo parte, precisa e merece mais. E o momento é propício. É hora de todas as grandes, antigas e atuais lideranças políticas de nossa cidade dar as mãos em prol do bem comum, em prol de nossa cidade.

É hora de união. Ou não?

sábado, 18 de setembro de 2010

Coluna Jornal de Jequié: Motos, e a Segurança?


Uma boa alternativa

Interessante reportagem do Jornal de Jequié da semana passada mostra a elevação do número de motos em Jequié e na Bahia. Os dados revelam que já são registradas no DETRAN de Jequié quase 15 mil motos, o que correspondem a 40% do total de veículos registrados na cidade, superando, inclusive os automóveis, que representam 36% da frota. O restante é constituído por caminhonetas, caminhões, ônibus e outros veículos. Isso sem contar as motos não registradas.

Só na Bahia a frota de motos foi ampliada em 6 vezes nos últimos 10 anos, e vai continuar a crescer. Isso elevou Jequié à liderança das grandes cidades do interior no quesito motos, bem como o estado da Bahia à liderança no Nordeste e ao 6º lugar em todo o Brasil. É inegável que isso representa um grande impulso na economia local, conseqüência de um aumento da renda e de uma maior oferta de crédito à população.

Mas fica uma questão fundamental: e a segurança?

Pergunto isso, pois não vai ser difícil ao leitor, rapidamente lembrar-se de algum parente, amigo ou conhecido que já se acidentou de moto. E mais terrível ainda, que ficou sequelado ou faleceu nesse acidente.

Pra quem é da área de saúde, cujos casos saltam aos olhos, não é difícil chegar à conclusão que os acidentes com motociclistas já se tornaram um caso grave de saúde pública. Basta conversar com algum profissional do SAMU, ou visitar a emergência do HGPV, que, infelizmente, isso será constatado.

Não falo aqui sobre responsabilidade ou culpabilidade do acidente, pois para a saúde do paciente não faz diferença, mas sim, sobre a constatação óbvia que numa colisão entre um carro, um caminhão ou um ônibus contra um moto, o motociclista quase sempre será o mais afetado.

Como exemplo prático, pensemos num motorista de automóvel: ele dirige dentro do carro, protegido pela lataria e preso ao cinto de segurança. Além disso, tem a sua disposição itens como o airbag, hoje opcional, mas, de acordo com o projeto de Lei 1825/07, já aprovado na câmara dos deputados, tornar-se-á obrigatória sua instalação para motoristas e passageiros do banco dianteiro em todos os carros novos. Só aguarda a sanção do Presidente da República.

Além disso, no início deste mês entrou em vigor a lei que obriga crianças com até sete anos e meio de idade a usarem cadeirinha de segurança nos automóveis, para serem transportadas tanto dentro das cidades, quanto nas rodovias. Louve-se aqui, mais uma medida dos nossos governantes para nossa proteção e de nossos filhos.

Mas, permanece a questão fundamental: e para a segurança dos motociclistas?

Se, existem todos estes itens obrigatórios para se dirigir um automóvel de maneira segura e protegida, quais itens são obrigatórios para a proteção do motociclista, que dirige totalmente exposto?

Apenas o capacete, que nem sempre está atado de maneira correta à cabeça, e facilmente se solta e perde totalmente sua função protetora, quando de um acidente.

Urge, por parte das autoridades, a necessidade de se criar formas e leis para proteger a integridade física deste cada vez maior número de usuários de motos, ainda mais em cidades como Jequié, onde o moto táxi tornou-se uma grande fonte de transporte e renda para grande parte da população.

Tem que se criar mais equipamentos de proteção e torná-los obrigatórios, tem que se criar campanhas urgentes de educação no trânsito dirigidas a motociclistas e tem que fiscalizar e punir os infratores.

E isso tudo, para a sua própria saúde, ou vamos cada vez mais ter que nos acostumar com a legião de pessoas sequeladas ou falecidas em acidentes de moto, que poderiam ter sido mais protegidas.

Pensemos nisso.

sábado, 11 de setembro de 2010

Coluna Jornal de Jequié: A Perda de Audição dos Idosos


Presbiacusia é a diminuição da audição decorrente do envelhecimento. Com o aumento da esperança de vida e conseqüente envelhecimento da nossa população, este problema vem se tornando cada vez mais freqüente.

A deficiência auditiva é uma das condições mais incapacitantes, limitando ou impedindo o seu portador de desempenhar plenamente seu papel na sociedade. Além disso, causa problemas de alerta e defesa, devido à dificuldade de ouvir veículos aproximando-se, panelas fervendo, alarmes, telefones e campainhas.

Geralmente os primeiros indícios de presbiacusia ocorrem a partir dos 40 anos de idade, porém o período de início e progressão varia muito de pessoa a pessoa. A perda da audição é progressiva e acomete ambos os ouvidos. Uma das principais queixas do paciente é a dificuldade de compreender as palavras, principalmente em reuniões sociais com muitas pessoas falando ao mesmo tempo. Os sintomas podem vir acompanhados de zumbido e tontura.

A presbiacusia pode estar acompanhada de distúrbio da personalidade, e o paciente apresenta irritabilidade, diminuição da capacidade de atenção e da vivacidade, declínio da inteligência, causando tristeza e isolamento familiar e social.

Estes pacientes devem procurar o otorrinolaringologista para avaliação clínica e audiológica. O tratamento envolve a compensação de fatores que possam estar se somando ao processo de envelhecimento e acelerando a perda auditiva, o uso de medicamentos que melhoram a função cerebral e, fundamentalmente, o uso de aparelhos auditivos e a reabilitação fonoaudiológica.

A reabilitação auditiva possibilita a reintegração do idoso ao convívio familiar e social, aumentando sua auto-estima e melhorando sua qualidade de vida. É importante lembrar que idosos são apenas jovens que viveram muito e constituem a memória de um povo. Cuidemos desta memória antes que ela nos deixe.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010


Vê!
O tempo agora te ordena um traste
Inevitável, e a distensão que rogas
Tão certo sai da era em que ficaste
Querendo a vida a te ceder em pagas

Vê!
Lá vai o tempo, te abandona, só
Ficando a ver-te no brumar das vagas
Passado há muito, do seu ponto nó
Querendo a fé a te abrir as chagas

Fazei então, que a existência pouca
Conduza em ti a calma a ponto certo
E veja o humano ser que vai a louca
Vida de cada, onde não há conserto.

Glads

sábado, 4 de setembro de 2010

Coluna Jornal de Jequié: Nós, os Palhaços e os Políticos



Recebi um e-mail de um amigo com um vídeo do You Tube, da propaganda eleitoral do candidato Tiririca para o cargo de Deputado Federal por São Paulo. Seria até engraçado, se a palhaçada não fosse verdade. O vídeo, pelo menos em mim, provocou uma série de sensações.



A primeira, e imediata, é de revolta. Como pode alguém fazer tanta chacota, tratar com tanto deboche, uma coisa tão séria como a política?

Atualmente quando se pensa em política, logo vem em mente um conceito distorcido de sua definição, ou seja, a idéia de que a política se restringe a alguns homens que governam ou que exercem algum tipo de influência ou poder sobre o país. Pela desgastada imagem de nosso país de governantes corruptos, a sociedade tem desenvolvido uma visão crítica, mas de certa forma errada, por considerar a política apenas como um antro de corrupção e enriquecimento ilícito. O voto, que era para se entender como um direito, passou a se entender como um dever ou uma obrigação, causando até repulsa pela maioria que pensa dessa forma. E surgiu assim o chamado “voto de protesto”, onde a população, por algum motivo, resolve escolher e eleger um candidato ao estilo Tiririca para se fazer representada no Município, Estado ou Nação.

Todavia a política é uma virtude, e ao contrário do que o senso comum discute, esta ciência tem como principal função dar ao cidadão a oportunidade de exercer de seus direitos, englobando a busca de um mundo justo e dos seus valores éticos e morais. Sócrates e Platão já cultuavam a certeza de que só se constrói uma sociedade que visa o bem geral através da política. E aí imediatamente me lembro de Aristóteles, que dizia que o homem é um animal político.

E lembro-me também que vivemos em um país democrático. Democracia é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos pelo voto. E todos, até os palhaços, que tiverem ficha limpa, idade suficiente e se enquadrarem na legislação eleitoral, podem se candidatar a qualquer cargo político.

E assim, paradoxalmente, a segunda sensação que me causa é de alívio. O Tiririca, como candidato, é a prova de que vivemos em um país democrático. E isso é de causar alívio em qualquer um.

E a terceira e última sensação que tive, foi de dúvida. Já que comecei me revoltando, após ver o vídeo, o que me fez refletir sobre a política de nosso país, e depois me senti aliviado por morar num país democrático, não estaria eu sendo injusto com o Tiririca?

Em outras palavras, o que é pior: ter um palhaço na política, ou um político que nos faz de palhaços?

Por esses motivos a reflexão da política deve ser incentivada, para que possamos ser cidadãos presentes, atuantes, e lutar por melhorar cada vez mais nossa cidade, nosso estado e nosso país.

Portanto caro amigo leitor, exerça seu direito de voto, vote consciente, analise o que cada candidato já fez e pode fazer por sua cidade, por seu estado, por seu país. O seu direito de voto é inalienável.