segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Cântico II



Não sejas o de hoje.
Não suspires por ontens...
Não queiras ser o de amanhã.
Faze-te sem limites no tempo.
Vê a tua vida em todas as origens.
Em todas as existências.
Em todas as mortes.
E sabes que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a tua passagem.
Ela prossegue:
É a passagem que se continua.
É a tua eternidade.
És tu.

Cecília Meireles

2 comentários:

  1. Belíssima poesia!
    Muito bom gosto de sua parte em escolher tão belos versos de pessoa ilustre como Cecília Meireles! Continue nos prestigiando!
    Grande abraço!

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  2. Muito obrigado! Achei que se encaixaria bem para o dia de finados. Abçs.

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