quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O Câncer do Lula



Na última semana o Brasil e o mundo foram surpreendidos com a notícia que o ex-presidente Lula estava com um tumor na garganta, um câncer de laringe. Mas surpreendente ainda foi saber que o tumor já estava com quase 3 cm de tamanho, e só foi diagnosticado agora, mesmo com todos os recursos médicos que o Lula dispõe.

O câncer de laringe é um dos mais comuns a atingir a região da cabeça e pescoço, representando cerca de 25% dos tumores malignos que acometem esta área e 2% de todas as doenças malignas.

Lula, independente de preferências políticas, é um cara indubitavelmente predestinado. Sua história de vida fala por si. Talvez seja essa mais uma predestinação sua. Um alerta a população de que ninguém está imune ao câncer, às outras doenças, e que muitas vezes elas são apenas frutos de hábitos inadequados que o indivíduo leva durante boa parte da vida.

Lula é tabagista e alcoolista, o que não deixa de ser surpreendente também, ainda mais para um Presidente da República. O fumo e o álcool são os dois principais fatores de risco para o câncer de laringe, e quando associados têm efeito sinérgico. Dificilmente um paciente que apresente esta neoplasia não terá pelo menos um destes hábitos.

A laringe é um órgão localizado em nossa garganta, entre a parte posterior da língua e a traquéia, e tem duas funções principais: conduzir o ar inspirado para a traquéia (e daí para os pulmões) e a fonação (ou fala, através das pregas vocais).

A depender da localização do tumor, que pode ser nas pregas vocais (glote), acima delas (supra-glote – o caso de Lula), ou abaixo delas (infra-glote), o paciente pode se queixar de rouquidão, dor de garganta, sensação de algo preso na garganta, mau-hálito, falta de ar, dificuldade para respirar, tosse, e às vezes até dor de ouvido (dor referida). Lula apresentava dor de garganta e rouquidão, e mesmo assim demorou a procurar um médico.

Um simples e rápido exame de Vídeo-Laringoscopia, feito no próprio consultório Otorrinolaringológico é suficiente para o diagnóstico, ou exclusão dele. O diagnóstico precoce é a melhor chance de cura, que pode chegar até 80% dos casos, seja com cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. Como citei acima, Lula é um predestinado. E também um vencedor em sua vida e deve vencer mais esta batalha.

Talvez este caso sirva para salvar a vida de milhares de pessoas que alertadas agora sobre os fatores de risco, possam parar de fumar. Ou possam procurar ajuda e ter um diagnóstico precoce da doença.

E que os olhos do Lula e da Presidente Dilma voltem-se de uma vez por todas para a saúde dos brasileiros, do tão sucateado SUS, repleto de pacientes com câncer precisando de tratamento, mas com grande escassez de recursos para salvar estas vidas.
 

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