quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Quimera


Eu sou néon, quimera, vapor, uma querência.
Sou no través da aragem, a bruma, a cerração,
Que rompe à febre alta, invade na aflição,
Enverga o rumo à torto, de dose em dose, imensa,
A escurecer a rota, em busca da razão.
Alcança a danação, no fim, por recompensa.

Sou eu quem corta o pulso, o ar, eu sou sangrar.
No dia que vai longe, na noite e noutro dia.
Arrasto a vida em vida, no trapo, e vou alem,
Abraço o mal na fúria, o bem na hemorragia,
Que se estanca e cessa, por não querer deixar,
E não por bem gostar, e não por querer bem.

E na aflição, tormento, na face, à procura,
Clarão na fantasia, que ergue e tira a paz.
Sou na derrama toda, o resto da tortura.
E só por eu ser tua, irei te morrer mais.

Glads

Nenhum comentário:

Postar um comentário